segunda-feira, 2 de maio de 2011

Tabagismo é discutido em seminário na Assembleia Legislativa

A Assembleia Legislativa, através da Deputada Estadual Dione Hashioka (PSDB) em parceria com a Secretaria de Educação do Estado, realizou na manhã desta segunda-feira, 02 de maio, uma audiência pública para discutir o Tabagismo.

Vereador Paulo Siufi

O Seminário, cujo tema principal foi "As Mulheres e o Tabagismo, uma nova questão na agenda feminista", objetivou conscientizar a população sobre os males do tabagismo. A deputada Dione Hashioka disse que o assunto é uma preocupação mundial. “Às mulheres ele causa problemas ainda maiores do que aos homens porque entre outros males, especificamente na gestante, ele prejudica o feto, causa aborto e sangramento”, lembrou Dione Hashioka ao afirmar também que a maioria dos pacientes com câncer do esôfago, da cavidade oral e da laringe, são fumantes.

Socióloga Paula Johns

O vício, segundo ela, atinge também, quase todos os pacientes com câncer de pulmão. "Se fumar faz mal, se mata, então fumar para quê?", perguntou a propositora da audiência, deputada Dione Hashioka. Autor da lei complementar municipal que proíbe o fumo em praticamente todos os recintos de uso coletivo em Campo Grande, o presidente da Câmara Municipal da Capital, vereador Paulo Siufi (PMDB), defendeu "uma cruzada contra o cigarro". Para o parlamentar municipal, que é médico, está na hora de acabar com o cigarro. Siufi é contra até mesmo a destinação de locais exclusivos para o tabagismo. "Acho o fumódromo uma hipocrisia. Você está estimulando as pessoas a fumar", disse. A médica pneumologista Ângela Dias Queiróz, uma das palestrantes, alertou que doenças causadas pelo tabagismo matam cerca de 5 milhões de pessoas por ano. Segundo ela, a doença já é considerada uma pandemia pela Organização Mundial de Saúde. "As projeções para 2025 são de 10 milhões de óbitos, 70% em países em desenvolvimento", diz a especialista em doenças dos órgãos respiratórios que afirmou também que "a fumaça que sai da ponta do cigarro é a principal forma de contágio. Em 96% do tempo total da queima do cigarro, ela contém todos os derivados".

       A pneumologista Ângela Dias
 Conforme afirmações durante a Audiência Pública, o tratamento contra o vício está disponível pelo Sistema Único de Saúde e pode ser realizado individualmente ou em grupo, com terapia farmacológica associada ao aconselhamento. Índices de 2008 dizem que, conforme o IBGE, os homens são a maioria de fumantes, mas estão deixando o vício com mais facilidade do que as mulheres. A afirmação da socióloga e coordenadora da Aliança de Controle do Tabagismo Paula Johns do Rio de Janeiro é de que “o cigarro é visto pela mulher como um companheiro, um amigo, uma fonte de prazer, uma válvula de escape para as pressões do dia a dia”. Paula reforçou a necessidade de união, na luta contra o tabaco. A Secretária Executiva da Comissão Nacional para a Implantação da Convenção-Quadro, Psicóloga Cristina Perez, do Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro, falou da política nacional de controle do tabaco e do artigos que trata da proteção contra o tabagismo passivo. Desde 1996 há uma legislação federal que proíbe fumar em recintos coletivos, mas permite os 'fumódromos'.

Cristina Perez do INCA
 Os próximos passos, segundo ela, darão suporte ao projeto de lei que tramita no Senado, que proíbe esses fumódromos em todo o País, assim como a proibição total da propaganda dos produtos de tabaco e a padronização de maços genéricos, que usem letras pretas, que não possuam cor e sem imagens. Cristina Perez lembrou que os maços atuais têm apelos fortíssimos com o objetivo de capturar mais fumantes. Ela defende uma maior apoio para fortalecer a política de preços e impostos, o controle do mercado ilegal e apoio para denunciar as interferências da insdústria do tabaco. Participou também do encontro, a gestora da saúde da mulher, Hilda Guimarães de Freitas, representando a Secretaria de Estado de Saúde.