A
deputada Dione Hashioka presidiu a Sessão Solene realizada na ultima
terça-feira, 11 de março, quando as mulheres sul-mato-grossenses
foram homenageadas em alusão ao Dia Internacional da Mulher. A
Sessão homenageou e contou a história de mulheres que saíram da
condição de violência doméstica e hoje têm um testemunho
incentivador e de encorajamento às Mulheres.
Os depoimentos foram
emocionantes. Como o de Gabriela Oliveira de Castro, de 38 anos, que
em fevereiro de 2000, foi atingida por quatro disparos de arma de
fogo, pelo ex-marido. Os tiros acertaram pescoço, pulmão, ombro e
costas. O baço e metade do fígado precisaram ser retirados. Foram
seis meses de recuperação. Hoje, ela superou a violência,
encontrou o ex-marido através do Facebook e o convenceu a
apresentar-se à polícia.
Após as agressões ela formou-se em
Direito e seu objetivo agora é ajudar outras mulheres vítimas da
violência. Gabriela recebeu o troféu 'Celina Jallad', durante a
solenidade. “Esse troféu significa a transformação da mulher na
sociedade”, afirmou a homenageada. Dione Hashioka contou que
pesquisas apontam que o preconceito de gênero se mostra muito
presente ainda e destacou a coragem das mulheres homenageadas. A
Deputada lembrou os crescentes registros de denúncia da violência
contra mulheres no Estado.
“Isto nos deve fazer refletir sobre as
origens da violência doméstica contra as mulheres, que passa pela
educação oferecida pelos pais aos seus filhos e filhas. Tudo começa
em casa. Atitudes
sexistas
tidas
como normais - como segregar meninos e meninas - têm a força de mil
palavras. Não existem lições de igualdade eficazes se ficarem
apenas no discurso. Assim como em qualquer outra área da educação. A família e a escola, devem ser proativas para superar os preconceitos que constrangem a liberdade das mulheres. Nesse mundo de ambiguidades sobre o masculino e o feminino, a escola seria o lugar para mostrar que nós mesmos determinamos como homens e mulheres devem ser. E brigar por isso é missão para cada um de nós”, disse Dione Hashioka.
A
subsecretária da Mulher e da Promoção da Cidadania do Estado de
Mato Grosso do Sul, Tai Losch, elogiou o resultado do evento e
destacou a coragem das mulheres para superar a violência. A
Secretária adjunta de Educação do Estado, Cheila Vendrami afirmou
que a mudança na cultura machista ocorrerá 'no chão da escola'.
“Vamos trabalhar a solidariedade e o respeito, acabando com o ciclo
de violência. É por meio da educação que vamos mudar essa
realidade”, declarou Cheila.
Também foram homenageadas: Cleide da
Silva Santos (Nova Andradina); Taisy Mariscal (Batayporã); Ana
Cristina Esselin (Campo Grande); Ellen Auxiliadora de Barros
(Corumbá); Cleide Morais de Assis (Dourados); Gabriela Oliveira de
Castro (Ivinhema); Vânia Maria da Silva Pastorea (Sidrolândia);
Lucimar Aparecida da Silva (Ponta Porã); Dirce de Campos Padilha
(Ladário); Tereza de Souza Franco Miranda (Aquidauana) e Berenice
Lopes da Silva (Dois Irmãos do Buriti).
Conforme a delegada Roseli
Molina, em janeiro deste ano, cinco mulheres foram assassinadas pelos
maridos ou ex-companheiros em Campo Grande. No ano passado, 312
homens foram presos na Capital por crimes contra a mulher, como
estupro, violência doméstica, lesão corporal e homicídio. Segundo
a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher, foram registrados
5.640 boletins de ocorrências em 2013 e 3.022 inquéritos foram
relatados e encaminhados ao Ministério Público Estadual. Em outros
839 casos, a vítima não quis dar encaminhamento ao caso, ou seja,
ao fim do prazo de seis meses, não foi feita representação contra
o acusado.
Também em 2013, a delegacia registrou 72 estupros e seis
homicídios. No ano passado, a média era de 70 boletins de
ocorrência por dia. No começo de 2014, a violência contra a mulher
aumentou. Agora, a média é de 100 registros diários. Segundo
informações da ONU (Organização das Nações Unidas), a forma
mais comum de violência contra as mulheres em todo o mundo é a
violência física, em que elas são surradas, forçadas a manter
relações sexuais ou abusadas de outro modo.