quarta-feira, 12 de março de 2014

Assembleia Legislativa realiza Sessão especial em comemoração ao Dia da Mulher


A deputada Dione Hashioka presidiu a Sessão Solene realizada na ultima terça-feira, 11 de março, quando as mulheres sul-mato-grossenses foram homenageadas em alusão ao Dia Internacional da Mulher. A Sessão homenageou e contou a história de mulheres que saíram da condição de violência doméstica e hoje têm um testemunho incentivador e de encorajamento às Mulheres. 
Os depoimentos foram emocionantes. Como o de Gabriela Oliveira de Castro, de 38 anos, que em fevereiro de 2000, foi atingida por quatro disparos de arma de fogo, pelo ex-marido. Os tiros acertaram pescoço, pulmão, ombro e costas. O baço e metade do fígado precisaram ser retirados. Foram seis meses de recuperação. Hoje, ela superou a violência, encontrou o ex-marido através do Facebook e o convenceu a apresentar-se à polícia. 
Após as agressões ela formou-se em Direito e seu objetivo agora é ajudar outras mulheres vítimas da violência. Gabriela recebeu o troféu 'Celina Jallad', durante a solenidade. “Esse troféu significa a transformação da mulher na sociedade”, afirmou a homenageada. Dione Hashioka contou que pesquisas apontam que o preconceito de gênero se mostra muito presente ainda e destacou a coragem das mulheres homenageadas. A Deputada lembrou os crescentes registros de denúncia da violência contra mulheres no Estado. 
“Isto nos deve fazer refletir sobre as origens da violência doméstica contra as mulheres, que passa pela educação oferecida pelos pais aos seus filhos e filhas. Tudo começa em casa. Atitudes sexistas tidas como normais - como segregar meninos e meninas - têm a força de mil palavras. Não existem lições de igualdade eficazes se ficarem apenas no discurso. Assim como em qualquer outra área da educação. 
A família e a escola, devem ser proativas para superar os preconceitos que constrangem a liberdade das mulheres. Nesse mundo de ambiguidades sobre o masculino e o feminino, a escola seria o lugar para mostrar que nós mesmos determinamos como homens e mulheres devem ser. E brigar por isso é missão para cada um de nós”, disse Dione Hashioka.


A subsecretária da Mulher e da Promoção da Cidadania do Estado de Mato Grosso do Sul, Tai Losch, elogiou o resultado do evento e destacou a coragem das mulheres para superar a violência. A Secretária adjunta de Educação do Estado, Cheila Vendrami afirmou que a mudança na cultura machista ocorrerá 'no chão da escola'. “Vamos trabalhar a solidariedade e o respeito, acabando com o ciclo de violência. É por meio da educação que vamos mudar essa realidade”, declarou Cheila. 
Também foram homenageadas: Cleide da Silva Santos (Nova Andradina); Taisy Mariscal (Batayporã); Ana Cristina Esselin (Campo Grande); Ellen Auxiliadora de Barros (Corumbá); Cleide Morais de Assis (Dourados); Gabriela Oliveira de Castro (Ivinhema); Vânia Maria da Silva Pastorea (Sidrolândia); Lucimar Aparecida da Silva (Ponta Porã); Dirce de Campos Padilha (Ladário); Tereza de Souza Franco Miranda (Aquidauana) e Berenice Lopes da Silva (Dois Irmãos do Buriti). 
Conforme a delegada Roseli Molina, em janeiro deste ano, cinco mulheres foram assassinadas pelos maridos ou ex-companheiros em Campo Grande. No ano passado, 312 homens foram presos na Capital por crimes contra a mulher, como estupro, violência doméstica, lesão corporal e homicídio. Segundo a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher, foram registrados 5.640 boletins de ocorrências em 2013 e 3.022 inquéritos foram relatados e encaminhados ao Ministério Público Estadual. Em outros 839 casos, a vítima não quis dar encaminhamento ao caso, ou seja, ao fim do prazo de seis meses, não foi feita representação contra o acusado. 
Também em 2013, a delegacia registrou 72 estupros e seis homicídios. No ano passado, a média era de 70 boletins de ocorrência por dia. No começo de 2014, a violência contra a mulher aumentou. Agora, a média é de 100 registros diários. Segundo informações da ONU (Organização das Nações Unidas), a forma mais comum de violência contra as mulheres em todo o mundo é a violência física, em que elas são surradas, forçadas a manter relações sexuais ou abusadas de outro modo.
Entre as autoridades e convidados da Sessão estavam, a Delegada Roseli Molina; o Promotor de Justiça para a aplicação da Lei Maria da Penha, Renzo Siufi; vereadores de Bataguassu, Regina Duarte, Eliane de Oliveira Santos e Márcio Fonseca e o Poeta Guimarães Rocha.