quinta-feira, 10 de abril de 2014

Projeto de Lei restringe o comércio de instrumentos odontológicos


A deputada Dione Hashioka apresentou Projeto de Lei que já está sendo analisado na Assembleia Legislativa, restringindo o comércio de instrumentos odontológicos em Mato Grosso do Sul.
A lei proíbe a comercialização de aparelhos ortodônticos, resinas odontológicas, materiais para clareamento odontológico, equipamentos odontológicos, insumos e demais produtos destinados e utilizados na realização de procedimentos odontológicos, por estabelecimentos e em locais que não possuam a devida autorização de âmbito municipal, estadual e federal.
Conforme a proposta, os produtos não poderão ser comercializados em vias públicas ou oferecidos ao público em geral, mesmo por quem tenha permissão para a venda de outros materiais não especificados na lei.
Os infratores poderão ser enquadrados por crime hediondo, incluindo os estabelecimento que não possuir licença da vigilância sanitária, fornecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Os profissionais da odontologia habilitados pelos órgãos competentes poderão efetuar a compra dos materiais odontológicos. Os estudantes do curso de odontologia, técnicos de prótese dentária, auxiliares de prótese dentaria, técnico de saúde bucal e auxiliar de saúde bucal também poderão comprar os equipamentos, desde que comprovem atuação na área ou aos pacientes sob prescrição.
Dione Hashioka registrou no Projeto que a instalação, manipulação e aplicação de materiais odontológicos é atividade exclusiva dos profissionais habilitados e inscritos no Conselho Regional de Odontologia ficando vedada a aquisição de produtos odontológicos fora da sua área de atuação assim como a prática por aqueles que não possuem habilitação e inscrição.
A Deputada lembrou da nova moda surgida recentemente - dos falsos aparelhos ortodônticos – que 'virou febre entre os adolescentes brasileiros'. “Devido à eficácia dos meios de comunicação, os jovens do nosso Estado não ficaram para trás. Em notícias veiculadas no mês de fevereiro deste ano, foram divulgadas informações mostrando que foram encontrados, em uma loja de bijuterias no município de Naviraí, sessenta kits desses falsos aparelhos. Isto foi possível graças a uma denúncia anônima. Por isso, os falsos aparelhos, tão aparentes nos sorrisos dos adolescentes, ocultam-se em meio aos comerciantes de bijuterias e camelôs, dificultando o seu combate direto”, justificou Dione Hashioka lembrando também que diversos malefícios são encontrados na utilização destes aparelhos, como a cola tóxica; devido à pressão exercida pelos falsos elásticos, os dentes se movimentam aleatoriamente; graves ferimentos nas gengivas; falta de orientação e falsa manutenção, com consequente má higienização que acarreta, muitas das vezes, em periodontite; causa o amolecimento as raízes dos dentes; perda óssea; problemas de mastigação e, por conseguinte, problemas digestivos.
Outro caso denunciado pela Deputada é o clareamento dental sem acompanhamento dos profissionais habilitados. Citou estudos de Constanza Odebrecht, doutora em odontologia e consultora científica da FGM Produtos Odontológicos, que diz que "em casa, o paciente não reconhece o limite, imaginando que, quanto mais tempo utilizar, melhor será o resultado. Com esse uso equivocado, em vez de dentes brancos, podem surgir problemas como reações alérgicas, ocorrência de hipersensibilidade, reações inflamatórias em dentes e gengiva, manchas decorrentes do uso não supervisionado, principalmente em dentes com restauração, entre outros aspectos". Dione Hashioka, que é odontóloga, mostrou-se preocupada também com a banalização da função dos odontólogos. “O projeto de lei visa não só coibir o comércio desinteressado de instrumentos odontológicos e métodos de clareamento dentário, como, também, tornar um hábito entre os cidadãos que desejam tratar seus dentes, a consulta de um profissional confiável, devidamente registrado no Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso do Sul”, completou a Deputada.