Vereador Paulo Siufi |
O Seminário, cujo tema principal foi "As Mulheres e o Tabagismo, uma nova questão na agenda feminista", objetivou conscientizar a população sobre os males do tabagismo. A deputada Dione Hashioka disse que o assunto é uma preocupação mundial. “Às mulheres ele causa problemas ainda maiores do que aos homens porque entre outros males, especificamente na gestante, ele prejudica o feto, causa aborto e sangramento”, lembrou Dione Hashioka ao afirmar também que a maioria dos pacientes com câncer do esôfago, da cavidade oral e da laringe, são fumantes.
Socióloga Paula Johns |
O vício, segundo ela, atinge também, quase todos os pacientes com câncer de pulmão. "Se fumar faz mal, se mata, então fumar para quê?", perguntou a propositora da audiência, deputada Dione Hashioka. Autor da lei complementar municipal que proíbe o fumo em praticamente todos os recintos de uso coletivo em Campo Grande, o presidente da Câmara Municipal da Capital, vereador Paulo Siufi (PMDB), defendeu "uma cruzada contra o cigarro". Para o parlamentar municipal, que é médico, está na hora de acabar com o cigarro. Siufi é contra até mesmo a destinação de locais exclusivos para o tabagismo. "Acho o fumódromo uma hipocrisia. Você está estimulando as pessoas a fumar", disse. A médica pneumologista Ângela Dias Queiróz, uma das palestrantes, alertou que doenças causadas pelo tabagismo matam cerca de 5 milhões de pessoas por ano. Segundo ela, a doença já é considerada uma pandemia pela Organização Mundial de Saúde. "As projeções para 2025 são de 10 milhões de óbitos, 70% em países em desenvolvimento", diz a especialista em doenças dos órgãos respiratórios que afirmou também que "a fumaça que sai da ponta do cigarro é a principal forma de contágio. Em 96% do tempo total da queima do cigarro, ela contém todos os derivados".
Conforme afirmações durante a Audiência Pública, o tratamento contra o vício está disponível pelo Sistema Único de Saúde e pode ser realizado individualmente ou em grupo, com terapia farmacológica associada ao aconselhamento. Índices de 2008 dizem que, conforme o IBGE, os homens são a maioria de fumantes, mas estão deixando o vício com mais facilidade do que as mulheres. A afirmação da socióloga e coordenadora da Aliança de Controle do Tabagismo Paula Johns do Rio de Janeiro é de que “o cigarro é visto pela mulher como um companheiro, um amigo, uma fonte de prazer, uma válvula de escape para as pressões do dia a dia”. Paula reforçou a necessidade de união, na luta contra o tabaco. A Secretária Executiva da Comissão Nacional para a Implantação da Convenção-Quadro, Psicóloga Cristina Perez, do Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro, falou da política nacional de controle do tabaco e do artigos que trata da proteção contra o tabagismo passivo. Desde 1996 há uma legislação federal que proíbe fumar em recintos coletivos, mas permite os 'fumódromos'.
A pneumologista Ângela Dias |
Os próximos passos, segundo ela, darão suporte ao projeto de lei que tramita no Senado, que proíbe esses fumódromos em todo o País, assim como a proibição total da propaganda dos produtos de tabaco e a padronização de maços genéricos, que usem letras pretas, que não possuam cor e sem imagens. Cristina Perez lembrou que os maços atuais têm apelos fortíssimos com o objetivo de capturar mais fumantes. Ela defende uma maior apoio para fortalecer a política de preços e impostos, o controle do mercado ilegal e apoio para denunciar as interferências da insdústria do tabaco. Participou também do encontro, a gestora da saúde da mulher, Hilda Guimarães de Freitas, representando a Secretaria de Estado de Saúde.
Cristina Perez do INCA |